Orientações para exercer a profissão sem dor Constantemente em contato com profissionais da Odontologia, o fisioterapeuta freqüentemente recebe queixas de dor ou desconforto muscular e/ou articular, principalmente nas regiões de ombro e pescoço. Como em tantas outras profissões, o dentista, seja qual for sua especialidade, também está sujeito ao excesso de carga muscular, má postura e período prolongado de trabalho, muitas vezes somados ao estresse da vida profissional. Pela postura
adotada no consultório em relação ao equipo e ao
paciente, o dentista mantém o membro superior elevado, com tronco
inclinado para frente, girado, inclusive a região cervical. Esta
má postura pode não trazer sérios problemas se mantida
por curto período de tempo, mas com a grande carga horária
de trabalho, o problema se torna crônico e acaba gerando uma lesão
por esforço repetitivo (LER), atualmente mais corretamente chamada
de Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho (DORT). Nem sempre
a causa da dor é a repetição dos movimentos, mas
muitas vezes uma contração mantida por muito tempo. Quanto
à postura, o dentista pode ter dores musculares no braço,
no ombro, nas regiões cervical, dorsal ou lombar, além de
uma conseqüente cefaléia cervicogênica. Estas dores
podem ser agravadas se houver algum comprometimento também neurológico,
resultando nas cervicalgias, cervico-braquialgias ou ciatalgias. As articulações
também sofrem com a má postura, tanto pela posição,
quanto pela falta de movimentação e o comum encurtamento
da musculatura que age sobre elas. Assim, podem surgir bursites e artroses
em pontos diversos. Todos estes problemas citados podem ser tratados pela Fisioterapia através de diversas técnicas apropriadas para tecidos articulares e musculares. Entretanto,
o melhor caminho é prevenir que se desenvolvam estes problemas,
que podem, inclusive, comprometer o rendimento profissional ou afastar
os dentistas de suas atividades por longo período. A prevenção
é feita tanto anteriormente ao aparecimento da lesão, quanto
após o tratamento de uma lesão já instalada. É
fundamentada basicamente em quatro princípios: 1) alongamento muscular;
2) fortalecimento muscular; 3) movimentação corporal e 4)
correção postural. O alongamento
normalmente traz grande alívio e é de grande ajuda na recuperação,
podendo envolver poucos grupos musculares ou ser feito de forma global.
Depois de aprendidos os exercícios de alongamento, muitos podem
ser repetidos pelo dentista no próprio ambiente de trabalho. O
fortalecimento muscular é feito após o alívio da
dor, para grupos específicos e de maneira individualizada, preparando
a musculatura mais exigida a suportar a carga diária de trabalho.
A movimentação corporal mantém as articulações
com menor carga e permite a renovação de seus tecidos. Mesmo
que o profissional precise realizar seu trabalho em postura inadequada,
é sugerido que não se mantenha por muito tempo na mesma
posição: levante, caminhe, alongue-se. Por fim, a correção
postural deve ser feita pelo fisioterapeuta que, após uma avaliação
minuciosa, determina quais as alterações posturais a serem
corrigidas e qual a melhor maneira de fazê-lo. Atividade
física regular e alimentação adequada também
são de grande valia na prevenção de diversos problemas
de saúde. Você,
dentista, que sente ou já sentiu dores nas regiões citadas
acima, após uma jornada de trabalho, procure orientação
de um fisioterapeuta para tratar o problema ou prevenir novas crises. |
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